Lourinhã: Como é gerido o nosso Município?
Artigo de opinião da Oposição, sempre no interesse do concelho:
"Sabemos que, desde há muito tempo, várias vozes se levantam contra a forma como a Câmara Municipal da Lourinhã gere as finanças do nosso Município. Mas, porventura, para o cidadão comum este assunto não passaria de mera chicana política.
Todavia, recentemente foi dado a conhecer à Assembleia Municipal da Lourinhã um relatório da Inspecção-Geral de Finanças no Município da Lourinhã que julgo importante que todos conheçam.
É que o resultado da Auditoria à Gestão Financeira em ambiente POCAL (Plano Oficial de Contas das Autarquias Locais) no Município da Lourinhã, a qual se reporta aos anos de 2003 e 2004, realizado pela Inspecção-Geral de Finanças, entidade independente, não podia ser mais comprometedor para a Câmara Municipal da Lourinhã, para a sua maioria e, em especial, para o seu Presidente.
Com efeito, pode ler-se no mencionado Relatório da Inspecção-Geral de Finanças, designadamente, que:
a) “A CM [Câmara Municipal] da Lourinhã não respeitou as regras provisionais do POCAL relativas à inscrição orçamental das receitas provenientes dos Impostos Directos e Indirectos, Taxas e Tarifas, nos anos de 2003 e 2004.”;
b) “Em sede de execução orçamental referente ao ano económico de 2003, a quebra das receitas tributárias (…)e das transferências da Administração Central e Fundos Comunitários (64,6%), deveu-se à falta de rigor da inscrição dessas receitas, bem como a atrasos na execução dos investimentos promovidos pela Câmara Municipal da Lourinhã.”.;
c) “Em 2003, a CM Lourinhã assumiu ilegalmente despesas, no montante de 1 097 904 euros já que não foram cabimentadas e comprometidas conforme determinam as normas legais.”;
d) “No ano de 2002, verificou-se um aumento real do endividamento do Município da Lourinhã, em virtude das amortizações terem sido inferiores às receitas arrecadadas, provenientes dos empréstimos a médio e longo prazo.”;
e) “A CM da Lourinhã não respeitou o seu limite legal de endividamento, no ano de 2003, decorrente da contracção dos empréstimos a médio e longo prazo, cuja taxa de utilização foi de 141,34%.”;
f) “O processo de inventário dos bens da Autarquia encontra-se bastante incompleto, pelo que o Balanço, reportado a 31 de DEZ[MBRO] de 2003, não revela a verdadeira situação patrimonial e financeira do Município.”.
Por outro lado, não deixa de ser surpreendente que em documento assinado pelo próprio Presidente da Câmara Municipal se diga, designadamente, que “A CML [Câmara Municipal da Lourinhã] reconhece que nas situações levantadas pela IGF, nomeadamente as que constam do teor das recomendações e conclusões do relatório, nem sempre foram respeitadas as disposições legais aplicáveis a cada caso. (…).”
Termos em que, pelo menos, a partir de agora, já não é (só) a Oposição que diz que o endividamento da Câmara Municipal tem aumentado de forma preocupante e que a Câmara é gerida, muitas vezes, de forma desconforme com a lei.
Com efeito, (i) foi a Inspecção-Geral das Finanças que afirmou a ocorrência de ilegalidades e o aumento do endividamento do Município da Lourinhã em Relatório próprio (ii) e estes factos são, pelo menos parcialmente, reconhecidos pela própria Câmara Municipal.
Resta, por último, acrescentar que este Relatório foi produzido e enviado à Câmara Municipal da Lourinhã ainda antes das últimas eleições autárquicas. Todavia, só agora foi trazido ao conhecimento público, tendo sido omitida, em tempo de eleições, informação essencial à escolha política dos munícipes da Lourinhã.
Os factos falam por si.
Filipe Matias Santos
Membro da Assembleia Municipal da Lourinhã"
"Sabemos que, desde há muito tempo, várias vozes se levantam contra a forma como a Câmara Municipal da Lourinhã gere as finanças do nosso Município. Mas, porventura, para o cidadão comum este assunto não passaria de mera chicana política.
Todavia, recentemente foi dado a conhecer à Assembleia Municipal da Lourinhã um relatório da Inspecção-Geral de Finanças no Município da Lourinhã que julgo importante que todos conheçam.
É que o resultado da Auditoria à Gestão Financeira em ambiente POCAL (Plano Oficial de Contas das Autarquias Locais) no Município da Lourinhã, a qual se reporta aos anos de 2003 e 2004, realizado pela Inspecção-Geral de Finanças, entidade independente, não podia ser mais comprometedor para a Câmara Municipal da Lourinhã, para a sua maioria e, em especial, para o seu Presidente.
Com efeito, pode ler-se no mencionado Relatório da Inspecção-Geral de Finanças, designadamente, que:
a) “A CM [Câmara Municipal] da Lourinhã não respeitou as regras provisionais do POCAL relativas à inscrição orçamental das receitas provenientes dos Impostos Directos e Indirectos, Taxas e Tarifas, nos anos de 2003 e 2004.”;
b) “Em sede de execução orçamental referente ao ano económico de 2003, a quebra das receitas tributárias (…)e das transferências da Administração Central e Fundos Comunitários (64,6%), deveu-se à falta de rigor da inscrição dessas receitas, bem como a atrasos na execução dos investimentos promovidos pela Câmara Municipal da Lourinhã.”.;
c) “Em 2003, a CM Lourinhã assumiu ilegalmente despesas, no montante de 1 097 904 euros já que não foram cabimentadas e comprometidas conforme determinam as normas legais.”;
d) “No ano de 2002, verificou-se um aumento real do endividamento do Município da Lourinhã, em virtude das amortizações terem sido inferiores às receitas arrecadadas, provenientes dos empréstimos a médio e longo prazo.”;
e) “A CM da Lourinhã não respeitou o seu limite legal de endividamento, no ano de 2003, decorrente da contracção dos empréstimos a médio e longo prazo, cuja taxa de utilização foi de 141,34%.”;
f) “O processo de inventário dos bens da Autarquia encontra-se bastante incompleto, pelo que o Balanço, reportado a 31 de DEZ[MBRO] de 2003, não revela a verdadeira situação patrimonial e financeira do Município.”.
Por outro lado, não deixa de ser surpreendente que em documento assinado pelo próprio Presidente da Câmara Municipal se diga, designadamente, que “A CML [Câmara Municipal da Lourinhã] reconhece que nas situações levantadas pela IGF, nomeadamente as que constam do teor das recomendações e conclusões do relatório, nem sempre foram respeitadas as disposições legais aplicáveis a cada caso. (…).”
Termos em que, pelo menos, a partir de agora, já não é (só) a Oposição que diz que o endividamento da Câmara Municipal tem aumentado de forma preocupante e que a Câmara é gerida, muitas vezes, de forma desconforme com a lei.
Com efeito, (i) foi a Inspecção-Geral das Finanças que afirmou a ocorrência de ilegalidades e o aumento do endividamento do Município da Lourinhã em Relatório próprio (ii) e estes factos são, pelo menos parcialmente, reconhecidos pela própria Câmara Municipal.
Resta, por último, acrescentar que este Relatório foi produzido e enviado à Câmara Municipal da Lourinhã ainda antes das últimas eleições autárquicas. Todavia, só agora foi trazido ao conhecimento público, tendo sido omitida, em tempo de eleições, informação essencial à escolha política dos munícipes da Lourinhã.
Os factos falam por si.
Filipe Matias Santos
Membro da Assembleia Municipal da Lourinhã"
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